quinta-feira, 7 de maio de 2015

Milton Coelho da Graça : reunião das empreiteiras e os ladrões


Recebi por e-mail em 07Mai2015
de:Milton coelho da graça paidamila@gmail.com
para:Anthony de Christo ,
Alfredo Nastari ,
Alfredo Nastari ,
André Motta Lima ,
Claudio Antonio Lachini ,
DILEA ,
dora.kramer@estadao.com,
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mii ,
Mirian Ibanez ,
Paulo Markun ,
ricardopaoletti@hotmail.com,
Sergio Gomes ,
Marco Antonio Coelho ,
Silvia Wolfenson
data:7 de maio de 2015 12:51
assunto:coluna do milton

o “cartel dos aeroportos”

Sãbado de Carnaval em 2009, cidade de São Paulo.  Os tamborins estão
sendo esquentados e as fantasias já estão prontas para a festa.

Mas, num apartamento de quase 500 metros quadrados no central e
elegante bairro de
Higienópolis, diretores das maiores empreiteiras do país estão se
preparando para um
outro tipo de festança: consagrar a criação do cartel nas concessões
dos aeroportos
brasileiros.  Uma tarefa simples.  Ali, durante o almoço, já seria
estabelecido quem ganharia cada
uma das “licitações” – entre aspas porque não haveria disputa e todas
ficariam plenamente satisfeitas.

O clima era de plena confraternização quando aconteceu o inesperado: o
prédio estava sendo assaltado.  Uma das empregadas foi ver quem era na
porta de serviço e se viu diante de três homens armados.

Eles foram rápidos e rasteiros na apresentação das “reivindicações”:
“Queremos só grana, nada mais.”.  E, vendo o jeito bacana das roupas e
do apartamento, não ficaram satisfeitos com o que ele tiraram dos
bolsos (quem anda com dinheiro no bolso para ir a um almoço festivo no
sábado de carnaval?).

Diante do ameaçador desagrado dos assaltantes, foi acertado que um dos
convidados para o almoço sairia acompanhado por um dos assaltantes em
busca de resgate mais compensador para a quadrilha.

E tudo ocorreu como previsto.  Um bom dinheiro foi dado a quem tinha a razão das
armas e se retirou em boa paz.

Mas, como outros apartamentos do prédio também haviam sido assaltados,
não havia como
continuar o almoço e a conversa sem fazer o registro policial.  O
mesmo representante
do grupo que havia cuidado do resgate decidiu ir à delegacia mais
próxima – na época, a 4ª. Delegacia.

Só que ele era uma pessoa com bom trânsito entre empreiteiros e também
com gente do poder político.  O registro policial foi feito e os
jornais Estado de São Paulo e Folha de São Paulo publicaram pequenas
notas na edição de domingo, obtidas via telefone pelos repórteres do
plantão carnavalesco.

Mas, imediatamente após o registro, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, deve ter telefonado para a(s) pessoa(s) certa(s) e, em poucos
minutos, o titular da 4ª Delegacia recebia instruções para tornar
sigilosos o registro e a investigação do assalto ao prédio em
Higienópolis.   No mínimo, uma ordem dessas teria de ser dada pelo
Secretário de Segurança de São Paulo.

E também alguém muito forte deve ter convencido os dois maiores
jornais de São Paulo
a não procurar os motivos do sigilo policial, numa investigação a
respeito de um assalto, sábado de carnaval, a um prédio superbacana no
bairro de Higienópolis.

Mantega tem participação ou influência (não sei de qual tamanho) na
empreiteira Invepar, que, “por coincidência”, venceu a primeira e mais
importante licitação de aeroportos – a de Guarulhos.   Ainda no
Ministério, indicou um de seus homens de confiança para cargo de
confiança na empreiteira.  A Invepar é também a concessionária do
Metrô e dos trens suburbanos no Rio de Janeiro.

Como diria minha sábia mãe portuguesa: “Quem parte, reparte e não fica
com a melhor parte, ou é
burro ou não tem arte.”

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